domingo, outubro 02, 2005

Programa Dominical
Bem, este blog é atualizado teoricamente todos os domingos sempre com uma nova história cotidiana recheada de bom ou mal humor!
Uns assistem futebol, outros vão à missa, uns lavam o carro, uns tomam banho, olham para a cara da esposa ou não! Uns levam às crianças para passear, vão à casa da sogra, na feira do rolo, da barganha ou da breganha, ah! tem também os robautos da vida!
Alguns mais ousados praticam esportes radicais como assistir Faustão, Pânico na TV, Domingoooo Legal!
Outros caretas preferem fazer escaladas, pular de pára-quedas, andar de bicicleta, correr e viajar para a praia com ou sem farofa.
Eu atualizo essa prazeirosa doidera, o qual me dá muita satisfação, pois fico a semana toda pensando algo para este momento.
E pensar que quando eu era criança meus programas eram: Domingo no Parque, Qual é a música, Show de Calouros, Fantástico, Sessão das Dez que começava às 10h30, Thundercats quando estreou na globo, jogar atari na casa do meu ex-vizinho até que ele "o atari" esquentasse e tinhamos que parar, tomar sorvete de queijo do Freddy antes do almoço e brincar de ser feliz que é a grande sacada que as crianças têm e que precisam aproveitar cada vez mais.
Fatos do Cotidiano II

Os 7 atos de um dia de fúria

Que eu não curta animais de estimação é fato, mas até então nada contra quem tem! O negócio é deixar preso que nem rola estresse entre a minha pessoa e a do bichano.
Agora se comportar de forma mais cachorra que o animal é sacanagem!!!
Lembrando que a forma cachorra da qual me refiro, não é aquela conhecida pelas mulheres: marido bêbado no domingão, churrasquinho com os amigos do trabalho, despedida de solteiro toda sexta-feira, toalha molhada na cama, cueca pendurada no suporte da toalha, futebol, pasta de dente no espelho e na cuba da pia. Sem falar é claro das clássicas falas: A dona da pensão é quem sabe! A patroa é quem manda! Xi a polícia chegou!
A cachorrada que mencionarei aqui é a que aproxima o ser humano do excremento produzido pelo seu animalzinho de estimação.
Quando estou indo para o trabalho um fato sempre intrigou-me: Por que quase todos os dias eu tinha que desviar de um campo minado de “toto” em uma das esquinas do bairro?
Bem, quase três anos depois dessa pergunta que não queria se calar, a resposta chegou em um dia não muito recomendado – na terça-feira, meu dia clássico de mal humor.
O que avistei! Um imbecil em todos os sentidos da palavra: “Imbecil: (lat imbecille) adj + s m+f 1 Que, ou quem é fraco de espírito. 2 Néscio, parvo, tolo, idiota (acepção 2). 3. Que, ou o que revela tolice ou fraqueza de espírito: Risada imbecil. 4 Covarde, pusilânime. 5 V idiota (acepção 4) Pl: imbecis”. (MICHAELIS: 2001: 457).
O energúmeno em questão teve a moral de compor o seguinte cenário:

Primeiro ato: deixar o carro no meio da rua ocupando uma das pistas da avenida;

Segundo ato: permanecendo sobre a faixa de pedestres;

Terceiro ato: com o motor ligado;

Quarto ato: poluindo o meio ambiente;

Quinto ato: obstruindo a rua;

Sexto ato: vassoura na mão;

Sétimo ato: varrendo o “toto” do seu totô de dentro de sua casa e jogando no meio da calçada.

Por incrível que pareça poderia me sentir um soldado da ONU especializado em campo minado, com passagens por Angola, porém naquele momento senti-me um civil, e como tal exposto aos riscos de transitar pelo cenário de uma guerra sem fim.
De um lado do ringe, um homo sapiens com DNA e espírito de porco empunhando uma arma rústica com cerdas e cabo de madeira, e do outro eu armado de meu mal humor “terça-ferista” e do guarda-chuva de pesca do meu pai.
Por alguns instantes fiquei parado e perplexo ao observar tudo aquilo, e ao mesmo tempo não acreditando no que via: Um cachorro varrendo as fezes do outro do quintal de sua casa para a rua.
Naquele momento lembrei-me de duas coisas: do dia em que a Regina Case fez os donos de cachorros catarem os totos de seus lindos e amados bichos de estimação pelas ruas, e de como ainda estamos longe da tão chamada cidadania e respeito a coletividade.