domingo, março 02, 2008

Escolha o seu!



Águas de março (Tom Jobim)


Momento nostálgia - As chuvas de ontem me fizeram lembrar dessa música:


É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
É peroba no campo, é o nó da madeira
Caingá candeia, é o matita-pereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira
É o vento ventando, é o fim da ladeira
É a viga, é o vão, festa da cumeeira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira
É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mao, pedra de atiradeira
É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão
É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto um desgosto, é um pouco sozinho
É um estepe, é um prego, é uma conta, é um conto
É um pingo pingando, é uma conta, é um ponto
É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manha, é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada
É o projeto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato na luz da manhã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É uma cobra, é um pau, é João, é José
É um espinho na mão, é um corte no pé
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um belo horizonte, é uma febre terçã


Pena que as chuvas têm feito tantos estragos por aí! Daí acabam bastante com a visão romântica das Águas de Março.

Mais uma do PB

Site Liesa
Cavaleiro sem cabeça, bastante criticado por um dos jurados



Poderia ser qualquer um dos carnavalescos, mas tinha que ser com ele. Nem bem Paulo Barros se recuperou de uma polêmica e já está noutra. Na noite de ontem foi divulgado o enredo 2009 da Viradouro. Ora veja você! A escola de Niteroí vai embarcar novamente na onda da reedição.


Influenciado pelo patrocínio que vem da Bahia, a agremiação resolveu usar como hino oficial um dos clássicos salgueirenses "Zum, Zum, Zum, Zum, Capoeira Mata um!" Ehhh! São os versos de "Bahia de Todos os Deuses", samba de enredo desfilado pela vermelho e branco nos idos tempos de 1969.

Não é a primeira vez que a Viradouro recorre as reedições. No campeonato de 2004, o enredo da escola era sobre o estado do Pará. Mas, no meio da disputa de sambas, o presidente resolveu cancelar o concurso e optou pelo samba da Estácio de Sá de 1974 - Festa do Círio de Nazaré.

A decisão da escola já mexeu com os brios dos torcedores (digo torcedores nos dois sentidos, os que torcem a favor e contra também). Mas, ainda é cedo amor! Deixa as águas de março fecharem o verão. Pois até meados de 2008, há muita coisa pra acontecer. De repente a Viradouro muda de opinião, de repente não.

Como a curiosidade é a maior que tudo. Fico aqui maquinando. Pra falar de Bahia é preciso ter muitos balangandãs, adereços e principalmente acabamentos impecáveis nas alegorias, adereços e fantasias. Paulo Barros aparentemente tem se mostrado avesso a todos esses "flu flus." Justamente por essa visão contrária ao exagero ele é criticado todos os anos. Como será ver uma Bahia sem plumas, sem rendas, colares, tabuleiros e palha?

Ou será que de tanto levar porrada dos jurados e dos críticos, o artista resolveu se juntar a maioria? Tantas perguntas no ar. Mas, as respostas ficam pra 2009, ou quando um novo vento trouxer notícias dos próximos passos de PB.

Ah! Recentemente o samba "Bahia de Todos os Deuses" deu o tom para o desfile da Tradição. Escola que esse ano resolveu reeditar sua própria trajetória no carnaval. No carnaval desse ano, revisitaram seus anais: o Império Serrano (que reeditou o enredo a respeito de Carmem Miranda, mas optou por um novo samba) e a Vila Isabel, que reeditou apenas o tema do enredo: Trabalhadores do Brasil, até porquê no ano que a escola desfilaria o enredo, por causa da chuva a Vila nem se apresentou.