quarta-feira, novembro 26, 2008

Ponto da Bala...


Texto: Daniel Faria

A turnê Sticky and Sweet da cantora Madonna chega ao Brasil no próximo mês. O show de aproximadamente 1 hora e 45 minutos não é mais nenhuma novidade, pois vários vídeos foram postados na internet e é possível baixar o DVD completo das primeiras apresentações.

Eu assisti a apresentação que aconteceu em Amsterdã, capital da Holanda, no dia 2 de setembro, e confesso que pela TV, ela oscila entre bons momentos e momentos de monotonia pura. Não há muita novidade, pouca ousadia e alguns arranjos tiraram a força de algumas músicas clássicas da cantora.

A produção do show é bem comercial, super cronometrada e adequada [cenografia e estrutura] ao número de apresentações por todo o mundo. Até por isso, deixa a desejar ao se fazer uma comparação da turnê atual, com as anteriores: The Confessions Tour e Drowned World Tour.

[Ao analisar o show, tentei levar em consideração de que se trata de um produto, fabricado por meio de um intenso trabalho de bastidores, engenharia e técnica. Até o cantor pisar no palco, um monte de gente trabalhou para fazer a coisa acontecer. Logo, Sticky and Sweet é um show dentro do possível, dentro dos padrões perfeccionistas de Madonna, mas a meu ver poderia ser melhor.]

O figurino é básico, mas bem acabado e com muito brilho. A utilização de elementos do vestuário feminino nos homens e vice-versa continua sendo uma das marcas da cantora. Vale citar o uso das luvas no estilo Marilyn Monroe no figurino dos bailarinos, na primeira parte da apresentação.

O show é mais na raça mesmo, muita coreografia, muitas imagens de telão e a cantora andando de um lado pro outro, com algumas pausas em que toca guitarra. Por falar em guitarra, acho-a tocando nada a ver. Prefiro a dançando e causando.

Pra mim ela acertou o ponto da bala na segunda parte do show. Quando entra pulando corda no estilo 'Rise Up' do Ives Larock. A boa e velha Madonna da deliciosa 'Deeper and Deeper' e da apimentada 'Fever' revive nesse momento.

...Outro bom momento é 'Spanish Lesson', a faixa que mais gostei do compacto Hard Candy...

Daí pra frente à oscilação é total, altos e baixos. Pausas e acelerações. Até que no fim, ela dá um novo pique em 'Give it 2 me' e corre pra não perder o tempo do Game Over.

A artista não me pareceu muito simpática em sua apresentação, pouco interativa, meio nem aí com os fãs. Num estilo meio me assistam, me idolatrem, paguem minhas contas. Logo ela, que pedia pra que esquecêssemos nossos problemas e nossas contas, curtíssimos o momento e seguíssemos com ela em sua viagem em The Confessions Tour.

Por fim, é isso, Mdolla está chegando por aqui. Como o fenômeno midiático que sobreviveu aos escândalos, aos casamentos e com suas cinco décadas de existência ainda tem bastante fôlego e vontade de viver e principalmente de lucrar com sua imagem.

Com um show feito para agradar várias tribos, das mais saudosistas, as ultramodernas que conhecem seu trabalho a partir do século XXI e que ajudam a consagrá-la como um elemento de marketing puramente pop com um leve teor de engajamento político.

Putz! Espero que as pessoas que estiverem nos shows no Maracanã e no Morumbi consigam descobrir porque o show se chama Sticky and Sweet, algo como meloso, grudento. Será que rola distribuição de balas e algodão doce na porta do estádio??? Ah! Não se esqueçam de levar seus pirulitos...

[Dedico esse texto ao meu amigo By Raj]