quarta-feira, fevereiro 21, 2007

A princesa Nilopolitana

Foto Terra


"É ela Maravilhosa e soberana, De fato nilopolitana, Enamorada desse meu país, É ela A Deusa da passarela Razão do meu cantar feliz, É ela Um festival de prata em plena pista, É o sorriso alegre do sambista, Ao ecoar do som de um tambor ôô Beija-Flor minha escola, Minha vida, meu amor."
Samba Exaltação - Neguinho da Beija-Flor

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Após rufarem por duas noites na Sapucaí, os tambores misturados com sons de lira, frigideiras, caixas de drops e tamborins cessaram suas vozes para descobrir quem seria a nova campeã do carnaval carioca.
No ano em que o continente africano ditou à moda nas passarelas do SPFW, ele também marcou forte presença nos enredos narrados pelas representantes da elite do samba. E não poderia ser diferente! Á África em azul e branco, parafraseando meu amigo Pavão venceu o carnaval e mostrou que a princesa nilopolitana só tem doçura no seu gingado, porquê em seu sangue corre a força e a vitalidade de seus ancestrais.
Um resultado inquestionável! Um título mais merecido do que o conquistado em 2005! E depois de vencer o sufoco da apuração, tida como ganha pela Mangueira logo após a leitura das primeiras notas, a "Deusa da Passarela", mostrou que está viva e sempre disposta a lutar por seus objetivos.
Vale lembrar que a escola teve duas fases marcantes: a do carnavalesco Joãozinho 30, que revolucionou a estética dos desfiles com suas criações mirabolantes. Entre seus devaneios criativos: um carro alegórico entrando de costas para à passarela, sem destaques.
A segunda transformação aconteceu a partir de 1998, quando a escola rompeu com a idéia de um carnavalesco único assinando o enredo e criou a Comissão de Carnaval. O mentor da comissão é Laíla, cria do morro do Salgueiro.
O experiente carnavalesco apoíado em sua comunidade dão o tom dos enredos da agremiação, que nos últimos anos especializou-se em remontar temáticas históricas com forte influência de elementos folclóricos, étnicos e culturais.