domingo, dezembro 02, 2007

De volta ao lar

Daniel Faria


Depois de mais uma festa em São Paulo é hora de retomar os passos aqui no interior. É triste, mas enfim é a realidade do momento. (risos) Como é comum a todo ser humano que sabe somar: (2+2), estar num lugar, numa fase ou num estado, estágio ou momento de prazer, sempre deixa aquele gostinho de quero mais. Mas a vida não é feita apenas de catarses, porém, elas são necessárias e super válidas pra recarregar as baterias.

Um tour pela capital

Fonte: Estação Metrópole


Pra variar um pouco e sair da rotina, hoje, vou blogar com vista pro Copan, um dos marcos da arquitetura paulistana idealizada por Oscar Niemeyer. A arquitetura paulistana é algo que fascina, se o caos pudesse ser docemente urbano, ele teria muito desta cidade, que consegue ser enorme, fria, mas ao mesmo tempo cheia de calor humano dentro das habitações, onde amigos, melhores amigos, super amigos e amigos dos amigos se reúnem pra comemorar, festejar, conversar, se conhecer.
Enfim, interagir que é uma tendência do mundo virtual, mas que cabe muito nessa atmosfera, em que cada um deixa sua marca, seu jeito de ser, o que contribui pra diversidade, para a efervescência cultural que tanto seduziu o escritor Mário de Andrade.
Eu mesmo me sinto mais inspirado (risos). Será que é o efeito do ar, talvez a inspiração paire no ar, entre pelas vias aéreas, corra por toda a corrente sanguínea, passe pelo coração, pela mente e nessa combustão poética, urbana, dicotômica e alucinante tudo pode acontecer.
Gregos e troianos se encontram, talvez briguem talvez se amem, mas não dirão que estão apaixonados logo de cara, quiçá no terceiro encontro, ou um pouco mais tarde. Pois, senão acontecer a química, o melhor a fazer é pôr, colocar ou fazer a fila andar, girar a catraca ou voltar pro mercado.
Ah! Essa cidade me encanta, essa vida vertical me encanta, essa ausência quase que completa de privacidade, mas ao mesmo tempo uma vida solitária, anônima que é equilibrada pela presença dos amigos, que ocupam e assumem o papel de família, uma família diferente, sem tantos compromissos oficiais e obrigações. Porém, não menos afetiva e verdadeira.
É uma vida interessante, cheia de atividades, uma vida rápida como um download de um arquivo usando uma conexão de banda larga, mas uma vida que requer atenção, cuidados, como qualquer outra vida, pois, muita coisa reluz e acena como possibilidade, oportunidade. Porém, como diz o ditado: “Nem tudo que reluz é ouro”, e pra não achar que toda pedra que brilha é um diamante verdadeiro, tem que entender os códigos, como em qualquer sociedade medieval, quiçá pré-histórica com suas rotinas e regras.
Enfim, uma vida que pode ser romântica, louca, caótica, careta, cafona, glamurosa, reservada, pública. Enfim, faça você [eu] mesmo sua [minha] escolha, pois, o importante é viver curtir essa passagem por aqui, fazendo o bem, recebendo o bem, semeando e colhendo os frutos de suas realizações. Enfim, você [eu] estamos num outro mundo, no seu mundo, no mundo em que estiver, pois se te faz [se me faz] feliz, isso é o que importa.

PS. Esse texto é inspirado nas conversas ecléticas que tive nesse final de semana e nas visões e impressões sentidas e vividas em mais um tour pela capital paulista.