Desci na estação Praça da Árvore e subi as escadas em direção as catracas de saída. Ali fiquei. Escrevi um torpedo pro meu contato. Segundo o meu sistema de envio de mensagens, ele havia recebido, mas até então, nenhum retorno ou sinal de vida.
Tentei ligar, mas o meu celular ficava fora de área em determinados pontos da estação, daí tinha que ficar caminhando e procurando estabilizar o sinal.
Quando reenviei o segundo torpedo, o aparelho que estava apenas com um traço do indicador de carga da bateria, simplesmente desligou. Pensei:
- Fudeu!
Porém, o mito do sebastianismo (Dom Sebastião) se fez presente naquela estação e de repente o mito do touro negro que surge nas praias dos Lençóis Maranhenses nas noites de lua cheia, se fez presente na Praça da Árvore e meu celular como que num momento de puro encantamento renasceu.
Aproveitei a deixa pra anotar o número do meu contato num pedaço de papel, mas cadê a caneta?
Cartão pra fazer a ligação de um telefone público eu tinha. Porém, caneta eu já tinha fudido com a minha fazendo caça-palavras naquele “bendito” papel amarelado pelo tempo de exposição na banca de revista.
Pra minha sorte. Tive vários momentos de sorte diga-se de passagem. O primeiro foi quando uma senhora ao invés de me emprestar a caneta, acabou me dando de presente. A segunda foi por permanecer tanto tempo parado no mesmo local, sem ser abordado pelos funcionários do Metrô, que me fitavam de longe, mas não tomaram nenhuma medida efetiva pra situação, um tanto quanto suspeita.
Ao tentar ligar novamente e abusar da sorte, eis, que meu celular morreu de vez. O jeito foi sair da estação (como relutei em fazer isso), mas diante de uma traição tecnológica de um torpedo que foi, mas não foi. O jeito era comprar um novo bilhete. Continua...