segunda-feira, novembro 20, 2006

Não poderia faltar!



No dia em comemoração a Consciência Negra só tenho a declarar que ser negro no Brasil não é uma questão mercadológica, que ainda estamos longe de nos isentar de dizer que estamos livres dos preconceitos e que a questão de cotas é algo talvez "moderno demais" para um país formado por tantas minorias que se olham através de espelhos.
Ao negro e a todos os que estão à margem da sociedade resta levantar a cabeça e ter dignidade pra lutar pelo que acredita, mas sem pisar nos outros...
...a respeito da figura acima, uma dica de leitura para quem quer saber um pouco mais sobre o líder do Quilombo dos Palmares: Zumbi.

Tenho Dito!

No país em que muitos vivem de "bolsas" e outros vestem "Prada", ainda aplica-se o escambo como forma de negociação mercadológica. E tá valendo a pena engravidar, inchar, ter hemorroídas, sentir enjôos, "desejos" e incertezas, tudo isso, em troca de uma cesta-básica. Um ode ao país dos bolseiros, bolsistas e cambalacheiros...
...Parafraseando J30 "quem gosta de pobreza é intelectual", mas quem vive dela são os espertos que não nasceram na China. Porém, aprenderam com o gingado da Terra Brasilis: a sambar miudinho na desgraça alheia!

O sacríficio em vermelho e branco

Falando das Candances: uma dinástica de rainhas africanas; a escola da Tijuca bem que tentou escolher um bom samba, mas Quinho com sua voz que já foi aclamada como algo "exótico" e diferente. Hoje, não parece agradar mais aos ouvintes. A interpretação do artista dificulta a compreensão da letra do samba carregada em dialetos iorubá-nagô.
Basta saber, caso haja, interesse da agremiação em dar as contas ao puxador quem será seu substituto. Meu voto é para Moisés Santigo, que além de compositor é um excelente interprete com seu: "Se dedica minha escola", ele anima os desfilantes da agremiação paulistana Imperador do Ipiranga.
Pontos positivos: assim como Wander Pires, Moisés transforma qualquer samba em ouro, como no mito do rei Midas.

Versos e versões

O compact disc dos sambas de enredo 2007 vem com uma mudança considerável: a ausência do mestre Jamelão à frente da verde e rosa. O interprete Luizito está segurando a "marimba", e apesar das críticas desempenhando bem o papel.
O samba que retrata o enredo que fala sobre a Língua Portuguesa está sendo considerado uma das mais belas obras para o próximo carnaval e tem essa sacada nos versos do refrão:
"EU VOU NOS VERSOS DE CAMÕES
ÀS FOLHAS SECAS CAÍDAS DE MANGUEIRA
É CHAMA ETERNA DOM DA CRIAÇÃO
QUE FALA AO PULSAR DO CORAÇÃO"
Vale lembrar que "Folhas Secas" é um dos maiores sucessos de Cartola e que como é de praxe na escola, a inserção de personalidades do Morro de Mangueira nas letras dos sambas nunca teve uma licença poética tão bem construída.
Um ponto preocupante é a questão da harmonia na condução do desfile, pois, como aconteceu com a Tijuca esse ano: o "Minhá Tijuca" foi um dos pontos críticos e de muita discussão nos bastidores pós-carnaval.
E no caso da Mangueira o trecho: "às folhas secas caídas de Mangueira" tem um pouco de arrasto na conclusão do verso. É ver pra crer! Pois, somente na quarta-feira de cinzas que as coisas se tornam cinzentas pra uns e coloridas pra outros.