Fotos: Daniel Faria
O final de semana que passou eu finquei o pé na estrada! Um tour programado no Sul de Minas Gerais e depois uma baladenha de última hora (porém muito bem-vinda) em Sampa. Na terra do pão de queijo fui ter com Itajubá e como aquela cidade está um caos.
PACIÊNCIA - Para quem chega pela rodovia que liga Piranguinho-Itajubá tem uma operação súbida, em que o trânsito é liberado de tempos em tempos para que uns entrem e outros saíam da cidade. Com isso, forma-se uma fila de veículos. Achei a principio que fosse um caminhão que tivesse pifado, mas depois que fui avisado de que era uma manobra de rotina na cidade. O mais engraçado é o zig-zag que você faz entre as pistas, pois as duas faixas estão em manutenção: baliza perde!!!
POEIRA - Já nos primeiros minutos dentro do município a visão é assustadora, o clima seco deixa o lugar com cara de empoeirado e a terra vermelha dá uma impressão mais estranha ainda. Muitos prédios sem manutenção. A Igreja São José parece que nao vê tinta pelo menos a uns quatro anos, pois está cheia de manchas e desbotada devido a ação do Sol inclemente que bate naquela cidade.
NA CHÓN - Sem contar as demolições, a casa que meu avô morou por mais de 40 anos, foi demolida em 1996, para ceder espaço para a quitanda de um supermercado em expansão. A casa ao lado foi comprada e agora a da esquina, onde morava Dona Ruth (uma senhora branca, gorda, de expressão simpática e cabelos brancos como algodão) foi em boa parte, posta no chão.
TRILHAS - Andar pelas ruas da cidade está uma aventura, os antigos semáforos de gosto duvidoso que ficavam próximos a uma das principais ponte sobre o rio Sapucaí Mirim foram removidos, o sentido do trânsito mudou novamente.
PROGRESSO OU REGRESSO - Sem contar que pra ajudar ainda mais na preservação do Sapucaí, as ruas às margens do rio foram pavimentadas. Detalhe: aquele rio transborda e alaga boa parte da cidade, pois não há mata ciliar, apenas mato e muita sujeira.
A escadaria do ITC (Itajubá Tênis Club) agora não é mais aberta, pois uma grade incorpora a mesma ao restante do prédio (eu e meus primos sempre brincávamos de subir e descer aquelas escadas.
Porém, o mais trágico de tudo são as obras de pavimentação asfáltica das vias públicas, pois o que havia sido feito anteriormente era colocar piche encima dos famosos paralelepípedos. Agora parece que estão tirando tudo e asfaltando. Então, para atravessar a cidade é preciso traçar um plano antes ou se aventurar nos trechos poerentos e esburacados.
VELHOS COSTUMES - A Segurança Pública também parece que tem sido uma preocupação dos moradores e não se vê mais portões abertos, janelas escancaradas e sim muita cerca elétrica e grades nas janelas. O velho costume mineiro de deixar a porta aberta pra receber as visitas está ficando de lado.
OBJETIVO - Minha viagem foi pra comemorar o aniversário de minha tia, mas como não consigo contér a curiosidade acabei percebendo todos esses detalhes. Fiquei algumas horas por lá, não passei uma noite, nas baladas do famoso bar Cultural, nem esperei a feira de domingo (point) pra comer pastel de milho (é o mesmo que bolinho caipira, mas só que no formato de risólis).
FAMÍLIA - Meus primos e primas estão dando conta de povoar o mundo e contabilizando tudo, em breve já terei mais de uma dúzia de primos e primas de segunda grau. E não demora muito irão aparecer os de terceiro...
VOLTA - O caminho de volta ao estado de São Paulo foi no sentido contrário via Piquete. E mais uma vez foi possível perceber como o clima está seco. Pois nem na serra (trecho mais arriscado devido: as curvas, animais na pista, pista escorredia e neblina) existia um pouco mais de umidade relativa do ar. Pra ajudar a piorar as coisas, entre Tabaquara e Piquete ainda tinham queimadas nos morros. Ah! Tabaquara é estado de São Paulo: fui uma vez só, uma roça do sem fim...
De volta ao lar! Rumei no dia seguinte pra capital, mas essa é uma outra aventura com outros personagens, estradas e acontecimentos...
