Seguindo a idéia de que vida e arte caminham juntas. Gilberto Braga voltou as telinhas trazendo personagens bem reais em sua trama das nove! Chefes carrascos e azedos, mas com um humor refinado e inteligente, além das tiradas afiadas, que são alimentadas pelas "deixas sempre infelizes."
Mulheres arrojadas, trambiqueiras, amélias: ora fúteis, ora heroínas, ora pobres coitadas. Homens picaretas, de dupla personalidade, vingativos, ambiciosos, carentes, oportunistas e que se vendem a qualquer preço.
Mas, dentro desse inferno terrestre existem os mocinhos engomados, que são do tipo que abre a porta do carro para a companheira descer, mandam flores e são capazes de lembrar datas fundamentais para as mulheres, como o primeiro beijo, o dia do aniversário de casamento, ou que elas passaram no salão e cortaram as madeixas.
Parece que a idéia central do autor é colocar diante dos telespectadores um espelho, para que cada um sinta-se refletido nas ações e características de cada personagem. Mas, ao contrário dos habituais folhetins, os viventes da Copacabana de Braga são normais, sem exageros e afetações em demasia, pois cada um é o que é de cara limpa.