No mundo do samba é temporada de apresentação e eliminatória dos sambas de enredo concorrentes. Tem enredo pra todos os gostos e tribos. Algumas histórias se misturam pra variar, outras tentam respirar fundo e se reciclar pra ficar com cara de roupa nova.
Já ouvi bastante coisa, mas samba de enredo é igual música pop, pois tem compositor que é grife e você compra a ideia antes mesmo de ouvir -- deve ser por isso que este ano no Palácio do Samba todo mundo é anônimo, o samba é identificado apenas pelo número de inscrição.
Isso me faz lembrar uma outra história, nada a ver com carnaval: Lá pelos idos tempos de 2000, assisti uma peça que se chamava Apocalipse, ela foi encenada no último piso de um shopping -- o espaço parecia um galpão. Resumindo o comentário: Após cometer o pecado original Adão e Eva receberam uma camiseta branca, um jeans e um RG. Segundo Deus, a partir daquele momento eles não seriam mais chamados pelos seus nomes e sim pelo número de seus registros civis.
Dos sambas que ouvi nos últimos dias, a maior surpresa até agora vem da Beija-Flor. A Deusa da Passarela embora não tenha faturado o título de enredo preferido dos internautas que acompanham o site Carnavalesco tem até o momento uma das safras mais férteis e promissoras da temporada, outra agremiação que promete é a Imperatriz Leopoldinense.
Entre os mais aguardados espero ouvir os concorrentes da Vila Isabel que vai cantar Noel Rosa, a Mocidade Independente com os seus paraísos, o tal segredo da Unidos da Tijuca e o México, segundo a Viradouro. Até novembro muita coisa irá acontecer, favoritos irão cair e mistérios serão revelados...
