...Sábado...
Maio é mês da Virada Cultural Paulista... Comecei a frequentar o evento, em 2007, ano em que o Nação Zumbi fez sua passagem por São José dos Campos. A grande e grata surpresa ficou por conta do cantor Otto, que na edição passada encerrou com chave de ouro a edição 2008.
Esse ano a programação ganhou um tom mais regional e aparentemente pouco atraente, eu disse aparentemente, pois, na prática a Virada Cultural Paulista_2009, me agradou bastante, tanto na noite e madrugada de sábado, como na tarde e inicio da noite de domingo.
Minha noite começou meio tarde, por volta das 22h, mas enfim, o importante é que deu o start. Ouvi de longe o show do Clube do Balanço assisti mesmo foi a apresentação do Moraes Moreira, que a meu ver foi prejudicado pelo som, o que acabou ofuscando o resultado final do show.
Encerradas as apresentações no Parque da Cidade - Burle Max, fomos para o Teatro Municipal, a principio meio que sem saber o que nos esperava. Uma fila gigantesca pelos corredores do shopping -- é engraçado ver tanta gente no centro, que no resto do ano é praticamente morto nas madrugadas.
A fila era para assistir a comédia stand up -- Os Metrancas -- enquanto isso -- nenhuma concorrência para o show de Celso Sim, aclamado como o 2º melhor show de São Paulo em 2008. Fomos engrossar a fila do projeto Celso Sim, Vamos Logo Sem Paredes.
Meu! O cara é muito bom... Apoiado por uma super equipe de músicos, iluminadores e o pessoal do som, Celso Sim abriu sua apresentação cantando o clássico Carinhoso (Pixinguinha e João de Barro), ainda desconstruiu o hit As Curvas da Estrada de Santos (Roberto Carlos e Erasmo Carlos), mas o melhor mesmo foi a música de encerramento Saudosa Maloca (Adoniran Barbosa). O arranjo é perfeito, momento surreal, fiquei viajando e aplaudi de pé...
O artista é performático, seu estilo remete a uma mistura de várias referências e as demais músicas do repertório apresentam aquele clima paulistano, urbano, metropolitano, cheio de altos e baixos, melancólico e inspiradíssimo.
Antes de entrarmos na sala, pedimos a um casal de amigos que pegasse duas entradas para a próxima e concorrida atração. A dupla de comediantes Marcio Douglas e Vander Palma fez ferver o sangue da galera da fila, que disputava a todo custo um ingresso.
O clima ficou meio tenso, um grita daqui, outro responde de lá, de acolá e assim vai. A fila dava a volta nos corredores, descia escada... Caraca... Por fim, entramos, sentamos e foram momentos de muitos risos. O esquenta da peça foi feito ao som de Gretchen, imagina a loucura... O último toque da sirene avisava que era hora de sossegar um pouco, mas depois a coisa enlouqueceu novamente a cada intervenção dos atores, que abriram sua performance oferecendo duas garrafas de catuaba ungida para o público...
...Domingo...
O segundo dia da Virada começou no Parque da Cidade ao som do Grupo de Samba Rahro. Os caras resgataram sambas clássicos, Cartola, Clara Nunes, Beth Carvalho.
Entre os bons momentos da apresentação vale citar a dobradinha de sambas exaltação --no primeiro, o relembrado foi o sambista Geraldo Filme e o seu "Quem nunca viu o samba amanhecer vai no Bixiga pra ver vai no Bixiga" e na sequencia o hino oficial do Camisa Verde e Branco "Sou Verde e Branco" dos compositores Talismã e Jordão.
Para fechar a apresentação os sambistas cantaram Aquarela do Brasil (Silas de Oliveira) -- um dos clássicos dos clássicos do Império Serrano.
O grupo Sandália de Prata animou o público que começava a aparecer no Parque para ver o show da Blitz. No roteiro samba rock e gafieira.
A Blitz chegou aos poucos, o ápice ficou por conta da terceira música "Sonífera Ilha" dos compositores (Branco Mello / Marcelo Fromer / Tony Bellotto / Ciro Pessoa / Carlos Barmack).
O show do grupo só esquentou mesmo quando Evandro Mesquita cantou Mais Uma de Amor (Geme Geme), mas a oscilação entre os sucessos dos anos 1980, com os novos hits, não deu conta de animar o público, que estava claramente divido. Os músicos ainda deram um bis, ao som de Geme Geme.
No video abaixo a dupla Os Metrancas apresentam "Sua Mãe Morreu" um dos quadros encenados na madrugada do último domingo, no Teatro Municipal de São José dos Campos.
Que venha a próxima Virada...
