domingo, junho 28, 2009

TV Aberta - Festival Folclórico de Parintins - Segunda Noite...







Fotos da Primeira Noite: Bruno Miranda / Na Lata

A segunda noite do Festival Folclórico de Parintins foi algo surreal. Os dois bumbás deram um show de recuperação. O Garantido explodiu o bumbódromo e levantou a galera com a continuação do tema Emoção.

O boi vermelho e branco abusou das fibras, sementes, cipós e dos materiais naturais. A figura típica regional foi um caboclo confeccionado com elementos reciclados da floresta, o que deixou a alegoria com um visual rústico.

A alegoria do bicho folharal trouxe para arena um ser gigantesco em forma de árvore e misto de camaleão, a função do ser era expulsar os invasarores e destruidores da floresta. Para completar o cenário árvores saltitantes, que utilizaram why jump. Da alegoria também surgiu a mãe da mata.

Para fechar a noite, o boi da baixa do São José, que tem orgulho de ser perrexé (rude) narrou a saga da tribo Deni, que com o auxílio do pajé Zupinehé combateram o terrível ser Tukurime. Durante o duelo o mago evocou a coruja (pássaro ancestral)que o fortaleceu.

O artista André Nascimento (pajé) incorporou o gavião real -- desafiou a altura ao surgir no topo da alegoria, bem próximo a coruja gigante que sobrevoou o ser Tukurime. Depois de desaparecer o pajé ressurgiu no chão e fez suas orações e rituais de pajelança -- um momento mágico.

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O contrário (Boi Bumbá Caprichoso) começou sua apresentação de forma simples. Os itens amo do boi com seu berrante, levantador de toadas e apresentador entraram juntos. Em seguida dois balões juninos trouxeram o boi Caprichoso e a sinhazinha da fazenda.

Um arraiá em homenagem a São João foi montado na arena e na sequência uma surpresa: o ritual do pajé, que costuma ser o último item a ser apresentado, teve sua ritualística antecipada.

O pajé Waldir Santana teve um acidente na primeira noite, o que prejudicou sua apresentação. Porém, o artista não se fez de rogado e mesmo com o pé fraturado e inchado "destruiu tudo" na representação do ritual Mayoruna. Ele se jogou literalmente ao som da toada que narrou a saga do xamã e sua busca pela cura das enfermidades da tribo.

Durante o ritual ele evocou os répteis sagrados, pois segundo o ritual a pele descamada desses animais trazia a cura desejada. A alegoria era fantástica, cheia de movimentos e efeitos. O conjunto alegórico é bem o estilo da Beija-Flor, devido aos vários seres estranhos, meio-homem, meio-réptil.

Se o pajé que era o ápice da noite já havia aparecido, faltavam ainda outros itens que foram responsáveis por novas surpresas.

A primeira foi a figura típica regional -- as homenageadas foram as tacacazeiras de Parintins. O cenário reproduziu na arena pontos turísticos da ilha, incluindo a fachada da igreja de Nossa Senhora do Carmo. Da alegoria surgiram a rainha do folclore e a porta-estandarte. Para completar o clima foram servidos potes de tacacás aos figurantes -- o lado místico-religioso ficou por conta do surgimento de uma reprodução da santa de 7 metros de altura.

A toada Tempo de Borboletas foi apresentada -- a backing vocal afinadíssima cantou igualzinho a versão do compacto. Enquanto isso, um novo cenário era montado para o Wayuri-Kaua -- um momento dramático em que os espíritos dos bravos guerreiros foram relembrados. Entre eles, Ajuricaba -- o bravo índio que lutou no Amazonas.

Para representar o encontro das águas -- 300 figurantes vestidos de preto e branco encenaram o encontro entre o Rio Negro e o Solimões. Ao desceram da alegoria um novo cenário foi revelado e dele surgiram esculturas de mulheres arraias e a cunhã-poranga que foi saudada pela galera.

A alegoria mostrou que a interação Rio de Janeiro - Parintins agora faz o caminho contrário, pois os artesãos parintinenses mostram no festival tendências e soluções plásticas utilizadas no carnaval carioca.

A segunda noite ficou tecnicamente empatada pela qualidade do espetáculo apresentado pelos dois bumbás.

Hoje, a partir das 21h, horário de Brasília irá começar a última noite do duelo dos bumbás...

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