sábado, agosto 16, 2008

Manga Rosa


Manhã de sábado nada melhor que dar uma volta pela feira livre. Esse evento ainda é um grande barato, pois reúne o que há de melhor e mais divertido na moda street wear. Em resumo, “tamo junto e misturado.”

Nesse espaço pra lá de democrático é que a casada vai desfilar sua produção de gosto duvidoso, os boys adquirem os novos funks cariocas, as cachorras aproveitam o Sol para compor seu visual assanhado, extravagante e muito peculiar.

As senhoras atualizam a conversa, os feirantes cativam seus fregueses, as frutas cheiram docemente, os peixes são frescos, mas “fedem”, o pastel do japonês lota, assim como, as barraquinhas dos produtos made in China.

Balangandãs para os cabelos, bolsas, roupas infantis, acessórios para as panelas, telas muitas com imagens de Jesus Cristo e se você procurar bem é até capaz de encontrar aqueles quadros clássicos, em que dinossauros colossais dividem espaço com automóveis em cenários urbanos.

Como a época é de campanha eleitoral, santinhos eram “distribuídos a rodo” pelos correligionários e simpatizantes dos candidatos aos cargos de prefeito e vereador. (Fiz questão de pegar as papeletas e ver se encontrava alguma irregularidade, mas todos traziam o CNPJ da gráfica e do candidato).

É muito legal observar aquele seu amigo (a) de infância ou conhecido de algum lugar do bairro, a troca de olhares é sempre inevitável, até porque o ser humano tem esse vicio de “pôr reparo” no outro. Ver se você está gordo, magro, casado, com filhos, sem filhos.

Entre essas pessoas, está a Elaine [estudou comigo no colegial] que agora modernizou o seu carinho de sorvete e para poupar sua voz fez uma gravação, em que divulga o valor do seu “ganha pão.”

Ora veja você, entre os anônimos da feira livre, uma celebridade pedia votos. A ex-prefeita e ex-deputada federal Angela Guadagnin, que tenta reconquistar uma vaga na Câmara dos Vereadores. Com um ar mais contido do que na época da famosa “dancinha” tenta fazer brilhar mais uma vez a sua estrela.

E, por falar em manga rosa, o cheiro marcante do fruto vindo da Índia tomou conta do ambiente marcado literalmente pela diversidade.
Texto escrito originalmente para o blog Menta Rosa.

Um comentário:

Anônimo disse...

Olha, passei uma fase da vida sem gostar de feira. Achava um saco, um tumulto, poluição visual e sonora. Depois fui morar em frente a uma feira diferente que por ser numa região boêmia (na praça Roosevelt/SP) fervia em todos os sentidos e funcionava até tarde, porque ninguém ia cedo. Aí a feira ficou fashion e desde então voltei a vê-la com simpatia. Acho uma salada multicultural deliciosa.