A guerra se inicia, após o ecoar do grito.
No último capítulo da saga Referendo 2005, o desfecho de uma intrigante história.
À tarde chega e a freqüência de eleitores nas sessões continua baixa, porém durante o fechamento dos trabalhos, o número de eleitores ausentes mostrou que as abstenções foram bem menores, em relação ao ano anterior.
À tarde chega e a freqüência de eleitores nas sessões continua baixa, porém durante o fechamento dos trabalhos, o número de eleitores ausentes mostrou que as abstenções foram bem menores, em relação ao ano anterior.
Começa agora o último capítulo da saga Referendo 2005:
Eis que um grito vindo do fim do corredor interrompe nossa conversa:
- Alguém ajuda aqui!!!
De imediato fiquei na dúvida!
Estaria alguém passando mal?
Será que teríamos que carregar algum eleitor desmaiado?
Deixo as dúvidas de lado e sigo em frente. Após alguns passos, passo diante da fila de eleitores que aguardavam do lado de fora da sala.
E diante de meus olhos avisto a fúria de um Titã:
A mesma simpática mulher que acabará de sair da sessão onde trabalho, havia se transformado em um outro ser.
Ela segurava em suas mãos o caderno de votação, enquanto a presidente da sessão tentava acalmá-la e salvaguardar o documento que naquele momento já tinha sido parcialmente destruído pelas mãos fortes, da até então doce senhora.
A mutação alterou a expressão facial e corporal da eleitora que aos berros rogava pragas e ofendia verbalmente a presidente, ao mesmo tempo em que esmagava como uma prensa tudo que segurava em suas mãos, inclusive seu título de eleitor.
Aos berros pronunciava a frase:
- Olha o que você fez comigo!
- Gente ela molha as pessoas!!!
O tom de seu discurso era um misto de ironia e indignação.
Minha reação foi segurá-la pelos ombros, e a partir deste momento passo de espectador privilegiado para ator coadjuvante.
A mulher continuava berrando e rasgando o livro, enquanto eu e a presidente tentávamos acalmá-la e salvar o caderno de votação que estava naquele momento, sem o espiral, com vários comprovantes amassados ou rasgados.
Ela não ouvia meus apelos, sua vontade era apenas a de ofender e se vingar de uma ofensa recebida dentro da sala.
Abaixo de nossos pés o motivo de todo o surto, uma poça que exalava um forte odor.
Depois de alguns instantes, a senhora começa a voltar do transe, e finalmente ouviu minha voz pedindo a ela que solte o documento.
Não sei de onde tirei tanta calma e habilidade naquele momento, e por um segundo, a eleitora volta-se para mim e diz:
- Você acha que eu estou prejudicando os outros?
- Olha! O que ela fez comigo!!!
Eu calmamente a segurei pelas mãos e aos poucos suas mãos foram cedendo, e seus dedos soltaram o documento.
Coloquei tudo sobre a mesa, e pude ver a feição se transformar novamente, desta vez o choro toma conta da alma e da face da mulher e ela desarmasse.
Do chão começa a exalar, ainda mais forte, o motivo para todo esse caos estabelecido – o fedor de urina toma conta do ambiente.
Após a chegada da coordenadora, tudo já estava parcialmente tranqüilizado, a mulher é retirada da sala e conduzida pelo corredor diante de uma platéia muda, atônita e passiva.
No cenário uma presidente tremula, um caderno de votação com a aparência de ter sido passado por uma fragmentadora de papel, mesários perplexos e estáticos e um cheiro intragável de urina.
Eis que um grito vindo do fim do corredor interrompe nossa conversa:
- Alguém ajuda aqui!!!
De imediato fiquei na dúvida!
Estaria alguém passando mal?
Será que teríamos que carregar algum eleitor desmaiado?
Deixo as dúvidas de lado e sigo em frente. Após alguns passos, passo diante da fila de eleitores que aguardavam do lado de fora da sala.
E diante de meus olhos avisto a fúria de um Titã:
A mesma simpática mulher que acabará de sair da sessão onde trabalho, havia se transformado em um outro ser.
Ela segurava em suas mãos o caderno de votação, enquanto a presidente da sessão tentava acalmá-la e salvaguardar o documento que naquele momento já tinha sido parcialmente destruído pelas mãos fortes, da até então doce senhora.
A mutação alterou a expressão facial e corporal da eleitora que aos berros rogava pragas e ofendia verbalmente a presidente, ao mesmo tempo em que esmagava como uma prensa tudo que segurava em suas mãos, inclusive seu título de eleitor.
Aos berros pronunciava a frase:
- Olha o que você fez comigo!
- Gente ela molha as pessoas!!!
O tom de seu discurso era um misto de ironia e indignação.
Minha reação foi segurá-la pelos ombros, e a partir deste momento passo de espectador privilegiado para ator coadjuvante.
A mulher continuava berrando e rasgando o livro, enquanto eu e a presidente tentávamos acalmá-la e salvar o caderno de votação que estava naquele momento, sem o espiral, com vários comprovantes amassados ou rasgados.
Ela não ouvia meus apelos, sua vontade era apenas a de ofender e se vingar de uma ofensa recebida dentro da sala.
Abaixo de nossos pés o motivo de todo o surto, uma poça que exalava um forte odor.
Depois de alguns instantes, a senhora começa a voltar do transe, e finalmente ouviu minha voz pedindo a ela que solte o documento.
Não sei de onde tirei tanta calma e habilidade naquele momento, e por um segundo, a eleitora volta-se para mim e diz:
- Você acha que eu estou prejudicando os outros?
- Olha! O que ela fez comigo!!!
Eu calmamente a segurei pelas mãos e aos poucos suas mãos foram cedendo, e seus dedos soltaram o documento.
Coloquei tudo sobre a mesa, e pude ver a feição se transformar novamente, desta vez o choro toma conta da alma e da face da mulher e ela desarmasse.
Do chão começa a exalar, ainda mais forte, o motivo para todo esse caos estabelecido – o fedor de urina toma conta do ambiente.
Após a chegada da coordenadora, tudo já estava parcialmente tranqüilizado, a mulher é retirada da sala e conduzida pelo corredor diante de uma platéia muda, atônita e passiva.
No cenário uma presidente tremula, um caderno de votação com a aparência de ter sido passado por uma fragmentadora de papel, mesários perplexos e estáticos e um cheiro intragável de urina.
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